segunda-feira, 28 de junho de 2021

COMUNIDADE: A busca por segurança no mundo atual - BAUMAN, Zygmunt.


Viver em comunidade nos implica a sensação de coisas boas as quais estão arraigadas à própria palavra quando paramos para imaginá-la. Bauman em sua obra intitulada Comunidade, busca desmistificar o sentido comum da palavra, para ele “a comunidade é fiel à sua natureza (ou a seu modelo ideal) apenas na medida em que ela é distinta, autossuficiente, pequena”. As três características se unem na efetiva proteção dos membros da comunidade em relação às ameaças a seus modos habituais. Embora pareça que nunca deixaremos de sonhar com a comunidade, mas também jamais encontraremos em qualquer comunidade autoproclamada os prazeres que imaginamos em nossos sonhos. Porque ou seremos humanos sem segurança ou sem liberdade; mas não podemos ter as duas ao mesmo tempo e ambas na quantidade que quisermos, afirma Bauman. Em sua obra ele nos apresenta dois mitos para pensarmos Comunidade, o de Adão e Eva e o da punição de Tântalo, os dois mitos não são histórias divertidas, eles tem seu objetivo que é ensinar por meio da reiteração por meio de mensagens que os ouvintes (leitores) só podem esquecer ou negligenciar se quiserem.
“A promoção da segurança sempre requer o sacrifício da liberdade, enquanto esta só pode ser ampliada à custa da segurança. Mas segurança sem liberdade eqüivale a escravidão; e a liberdade sem segurança eqüivale a estar perdido e abandonado. Essa circunstância provoca nos filósofos uma dor de cabeça sem cura conhecida. Ela também torna a vida em comum um conflito sem fim, pois a segurança sacrificada em nome da liberdade tende a ser a segurança dos outros; e a liberdade sacrificada em nome da segurança tende a ser a liberdade dos outros”.
Eric Hobsbawm diz que: “a palavra ‘comunidade’ nunca foi utilizada de modo mais indiscriminado e vazio do que nas décadas em que as comunidades no sentido sociológico passaram a ser difíceis de encontrar na vida real”. A comunidade acaba por se tornar uma quimera.



REFERÊNCIA:

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade:  a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. Disponível em: https://observatorio03.files.wordpress.com/2010/02/bauman_zygmunt_-_comunidade1.pdf Acesso: 28/Junho/2021. (Leitura dos capítulos: Uma introdução, ou bem-vindos à esquiva comunidade e A agonia de Tântalo).

Sugestão de Vídeo:

Bauman: Café Filosófico - Estratégias para a vida. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7BbMKM1bcSw&t=449s

Será que realmente entendemos a palavra "sociedade"?

 

Partindo daquela velha e não errônea compreensão de sociedade, Norbert Elias traz uma outra forma de pensar sociedade. A qual só existe porque isoladamente as pessoas fazem coisas que se estruturam e geram transformações que se tornam históricas independentes das intenções particulares. Norbert traz em sua obra Sociedade dos Indivíduos, o exemplo singelo porém de grande relevância deixado por Aristóteles, da relação entre as pedras e casa, considerando que tanto o indivíduo quanto a sociedade conjuntamente formada, eles são igualmente desprovidos de objetivos, nenhum existe sem o outro, simplesmente existem, embora essa observação não passa de um canal evidente. Há uma ordem invisível nos quais os objetivos individuais são introduzidos, não devendo sua origem a soma de vontades, segundo Norbert a interdependência das funções humanas sujeita ao indivíduo na formação da sociedade. E quaisquer tenham sido os ancestrais da humanidade até onde podemos ver, a uma cadeia ininterrupta de pais e filhos, e não se pode entender como e porque os indivíduos se ligam em uma cadeia maior. "A forma individual do adulto é uma forma específica de cada sociedade a qual ele está inserido". 

“Não existe um grau zero da vinculabilidade social do indivíduo, um começo ou ruptura nítida em que ele ingresse na sociedade como que vindo de fora, como um ser não afetado pela rede, e então comece a se vincular a outros seres humanos, o indivíduo sempre existe no nível mais fundamental, na relação com os outros, e essa relação tem uma estrutura particular específica de sua sociedade”.



REFERÊNCIA:

NORBERT, Elias. A Sociedade dos Indivíduos (1939) In: A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994 (tópico I e II), p. 12 a 26 do pdf.

Você pode fazer download do texto através deste Qr Code








SUGESTÃO DE VIDEO:

Biografia de Norbert Elias; disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lNxq_B9Oz9I

Sabemos para onde estamos indo? Sabemos como a história nos trouxe até este ponto?

 

A partir da leitura de uma parte da obra de Eric Hobsbwm, intitulada Era dos Extremos: O breve século XX. Que seguindo o pensamento do autor, o século teria sido entre 1914 e 1991. Esta obra traz os principais acontecimentos do século XX, sendo eles: guerras, catástrofes e crises. Na parte três de sua obra "O desmoronamento", a destruição da União Soviética é o marco do fim do breve século. O protagonismo da União Soviética se desfez, e quaisquer outra potência estavam lançando mão de confrontos, pois estas lhes custariam caro e não valeriam tanto a pena. Hobsbwm aborda também as formas de governo como socialismo, o nacionalismo, comunismo e a ascensão do capitalismo, cita o senhorio das religiões e seu declínio, e a necessidade das mesmas se voltarem aos marginalizados em vista que governo e religião eram elitizadas.
Além de uma abordagem ecológica e de expansão social com o aumento populacional e a relação demográfica, quanto a economia com crises as possíveis chances de pobres se aproximarem dos ricos seriam muito prováveis estreitando em partes o abismo entre eles, na política os governos começam a perder sua supremacia e passam a ser submetidos às percepções do povo. Passando a ser o maior problema político não a multiplicação dos bens mas saber distribuí-los, logo depois questionasse quanto a existência de autoridades globais e termina com a seguinte colocação: 
"Não sabemos para onde estamos indo. Só sabemos que a história nos trouxe até este ponto e (...). Contudo, uma coisa é clara. Se a humanidade quer ter um futuro reconhecível, não pode ser pelo prolongamento do passado ou do presente. Se tentarmos construir o terceiro milênio nessa base, vamos fracassar. E o preço do fracasso, ou seja, a alternativa para uma mudança da sociedade, é a escuridão".
Logo abaixo segue a sugestão de um vídeo de uma entrevista com o próprio Hobsbawn datada da década de 90, apesar de ser legendado e um pouco longo, super vale a pena conferir.

REFERÊNCIA:
HOBSBAWN, Eric. Rumo ao milênio In: Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (parte 19 - p. 427 - 447 do pdf) Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4071685/mod_resource/content/1/Era%20dos%20Extremos%20%281914-1991%29%20-%20Eric%20J.%20Hobsbawm.pdf . Acesso em 27/06/2021.

SUGESTÃO DE VIDEO:
Entrevista com Eric Hobsbawn (14 min. aprox.). Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=DXnouPCSkik

Introdução ao Componente Curricular


 01/06 - Durante a aula inaugural do Componente Curricular, foi apresentado as abordagens de questões sociais, culturais e políticas do pensamento social contemporâneo. Relação indivíduo e sociedade. Igualdade e diferença. Identidades e alteridades. Marcadores sociais da diferença: gênero, classe, etnia e raça. Dominação, poder e violência simbólica. Modernidade e pós-modernidade. Democracia e pensamento pós-colonial. Genealogia do Poder e Biopolítica, a serem consideradas durante todo o CC.

Tendo por Objetivos Gerais:

  1. Apresentar e debater algumas das principais questões dos séculos XX e XXI, quer sejam sociais, culturais ou políticas. 

  2.  Estimular a percepção dos alunos sobre a sociedade na qual estão inseridos e as transformações pela quais ela passa. 

  3. Possibilitar que os/as estudantes possam interpretar e refletir de forma crítica sua posição na sociedade contemporânea.

E Objetivos Específicos: 

  1. Fornecer elementos para que os alunos possam confrontar diferentes interpretações acerca das principais questões dos séculos XX e XXI; 

  2. Identificar processos, mudanças, tendências e contradições de natureza sociocultural. 

  3. Indagar as lógicas associados às formas de relação construídas no universo cultural contemporâneo; 

  4. Identificar os processos, dispositivos e tecnologias que conformam o estabelecimento de relações de poder e dominação entre distintas subjetividades sociais e políticas.

Referências Bibliográficas:

  • Norbert Elias;

  • Eric Hobsbawm;

  • Guy Debord;

  • Zygmunt Bauman;

  • Richard Sennett;

  • André Lemos;

  • Carla Akotirene;

Conclusão do Componente Curricular: Relações Sociais e Políticas na Contemporaneidade

  Ao decorrer de todo o Componente Curricular, foram apresentadas diversas abordagens de questões sociais, culturais e políticas do pensamen...